quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cinco atributos do Yoga na respiração ( Yamas)

Os Yamas são um conjunto de 5 atributos comportamentais, entre 10 citados po Patanjali, associados ao estado de Yoga. Uma das suas aplicações é ajudar o praticante desenvolver a primeira virtude para a prática: diferenciar seu estado de Yoga do estado de não-Yoga.

A coordenação respiratória é uma das técnicas utilizadas na prática de Yoga e abaixo fica uma sugestão de um exercício para compreender esses cinco atributos associados com a relação do praticante consigo mesmo e com a sociedade.

Pratique e tira a compreensão da cabeça e coloque na sua experiência.

Ahimsa: Não-forçar

Faça uma inspiração profunda e exale totalmente o ar, procurando relaxar e se observar sem ar, buscando uma atitude de total não-esforço, observando como ela nutre seu Ser e como o instinto de respirar flue naturalmente para você iniciar sua inspiração.

Essa fluidez inicial da respiração e da energia em um estado de total não-esforço é uma expressão de ahimsa no pranayama.


Bramacharyan: Prazer positivamente orientado


Ao potencializar o instinto da inspiração coordenando as musculaturas envolvidas imprima uma atitude positiva de prazer, imaginando ou visualizando que entra energia solar em seu corpo pelo ponto entre sobrancelhas e vai descendo pela garganta, coração, abdomem e baixo ventre, até chegar na base da coluna.


Satya: Integridade entre o que se faz, pensa e sente


Ao fim da inspiração, retenha o ar e procure despertar as percepções refletindo sobre as sensações que indicam seu estado de mais pura integridade sobre ser Ser. Incluindo o grau de comprometimento com o propósito que faz você sentir a necessidade de iniciar a coordenação da respiração em harmonia com que faz e pensa sobre. Se seus pensamentos ainda te ocupam tirando seu foco da respiração você não consegue sustenar Satya.


Aparygharya: Constante desapego

Ao exalar visualize que você permite que todas as impurezas, comportamentos e hábitos associados a ela são liberadas.

Asteya : Não roubar


Ao encerrar a exalação, perceba seu estado e agradeça a auto suficiência que esse exercício oferece, lembrando que você não precisa de nada externo que não seja de direito seu.


Pare por alguns minutos e procure absorver o efeito do exercício de coordenação respiratória denominado no Yoga: Pranayama e ao reconhecer os benefícios do mesmo conclua agradecendo aos mestres que preservaram e partilharam esse princípio pelas eras.

Namaste!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Resumo de férias

Caros colegas,

Compartilho com vocês links de reflexões pessoais associadas com o Yoga nessas férias. Que a dedicação aqui oferecida possar ser mais um alimento positivo para que você sustente estados de bem aventurança.

Um ano novo melhor sempre!

- Produção de uma canção que compus: Um samba inspirado nos Yamas e Nyamas

- Princípios essenciais nos caminhos do Yoga

- Exercitando a verdade universal do Yoga ( Sanatha Dharma) através da música

- Os oito elementos do principal sistema do Yoga aplicado no tapetinho

- Citações mais marcantes dessas férias

- Yoga nas empresas: Experiência pessoal

- Vídeos nas férias

- Três destaques de partilha

- Calendário de aulas especiais, workshops e intensivos

Um samba para os Yamas e Nyamas

Segue link abaixo de um Samba do CD "Princípios essenciais" que compus inspirado em 10 atributos comportamentais estimulados pelo estado de Yoga ( Yamas e Nyamas):

Sanatha Dharma: Importância e desafios pela paz, no Yoga do Brasil






Dentro do caminho do auto conhecimento, o Yoga ocupou um lugar especial entre as minhas fontes de auto-estudo, porém, outras escolas filosóficas também contribuíram nessa trilha, como é natural para muitos que vivem em uma sociedade brasileira e global, com tantas trocas de informações como a atual.


Existe um princípio na cultura do Yoga, denominado Sanatha Dharma, que exalta que a verdade é universal. Na prática, isso deveria estimular os praticantes a conseguirem ver em outras culturas, filosofias e religiões presentes no Brasil e no mundo, a mesma verdade que eles experienciam nessa escola fortemente influenciada pelos ancestrais da Índia. Porém, será que os praticantes de Yoga conseguem colocar esse princípio na prática?

Minha vivência experienciando e partilhando práticas corporais e teóricas associadas com essa cultura, me faz levantar a hipótese de que não é fácil aplicar o Sanatha Dharma na prática por dois desafios:

1) Problemas de tradução e real interpretação dos princípios e mantras em outra língua, no caso, o maravilhoso sânscrito, somado com as acessíveis formas de difusão de conteúdo corretos e distorcidos.

2) Existem muitas formatações e sistemas dentro da cultura que se associa com o nome Yoga e são raros os cursos de formação que se aprofundam em apenas um sistema;

Isso gera não só obstáculos para expandir o diálogo entre as próprias escolas que se associam com o nome Yoga, mas dificulta ainda mais, o diálogo com outras comunidades da sociedade que são desafiadas a compreender os princípios que se fundamentam os yogis.

Esse contexto gera uma missão de harmonização que se inicia por um debate interno entre os próprios representantes dessa palavra no Brasil para que se possa expandir o diálogo com outras comunidades da sociedade, gerando um contexto de Paz real.

Apesar de não ser músico profissional, nesses mergulhos no auto estudo, fui dezenas de vezes inspirado para cantar em momentos em que a experiência de uma verdade, fazia a alma vibrar e quando fiz 33 anos, resolvi reconhecer o valor dessas experiências, zelando-as e partilhando-as através da produção de um CD que sintetizasse alguns “Princípios Essenciais” absorvidos nessa caminhada, independente da fonte de auto estudo, filosofia ou religião.

Os princípios estão acima de qualquer religião, apesar de não serem superiores a verdade. Diferente dos valores e das leis do sistema judiciário, eles não mudam com o tempo, por isso, são valiosos.

Apesar de mensagens e princípios em português, esse CD possui 21 tracks que fazem uma associação com pelo menos uma palavra ou mantra da cultura do Yoga, dentro do princípio expressado na canção, estimulando uma reflexão sobre a aplicação do Sanatha Dharma e da busca pela Paz.

A música e a poesia são excelentes instrumentos de auto conhecimento por inspirarem um aprendizado protegido da prisão isolada do intelecto e acredito que todo esforço feito para essa partilha pode contribuir com outros corações também.

Nesse CD temos por exemplo, um “Samba da Felicidade”, que expressa 10 metáforas associadas com os Yamas e Nyamas. Temos também, uma canção chamada “Vera Ligação”que exalta a relação corpo&mente que fundamenta a prática de àsanas. Além de citações de uma série de termos da cultura do Yoga e mantras, para Shiva, Ganesha, entre outros, associados com contextos que eles inspiram.

No link abaixo, faço uma breve apresentação de algumas associações de termos ou mantras do Yoga, com princípios universais, como Interrelação, Ação e reação, Família, entre outros, dentro de uma escala hierárquica de importância que minha reflexão percorreu livremente nesse projeto.

Não pretendo nesse caso ser dono da verdade, apenas estimular a reflexão sobre como esses princípios  que considero essenciais, podem estimular a reflexão sobre o Sanatha Dharma na prática, expandindo o diálogo entre as diferentes formas de expressar os princípios de sempre.


Namaste jay!


Conheça a associação de 21 princípios essenciais com o Yoga: http://yogabodymind.blogspot.com/2012/01/exercitando-verdade-universal-do-yoga.html

Exercitando a verdade universal do Yoga ( Sanatha Dharma) através da música





Tudo começou quando refletindo sobre sínteses em escolas filosóficas e religiões para guiar a escolha de canções para um CD que queria produzir, vi numa padaria a síntese dos 10 mandamentos cristãos e percebi a associação com dois termos importantes na cultura do Yoga e também Budista:

“Amar a Deus sobre todas as coisas” pode ser inspirado pela consciência que de estarmos todos interrelacionados, que é uma das implicações de interpretarmos a palavra dharma, como veremos mais detalhadamente abaixo.

“Amar ao próximo como a si mesmo” uma consequencia de nossa interrelação, associada com a lei de ação e reação, conhecida na cultura do Yoga, como karma.

A partir desses dois, foram vindo insights de uma série de outros princípios que são conseqüência desses.

Os princípios abaixo são também um excelente exercício para colocar o Sanatha Dharma, princípios da verdade universal, em prática.

Princípios 1 e 2)
Os mais essenciais: Interrelação ( Dharma) e Causa e efeito ( Karma).

Se tivesse que escolher só dois princípios escolheria esses. A síntese das sínteses, seria essa.

Dharma, ao pé da letra significa aquilo que sustenta a real vida. Vem de “dri”, que é o poder da receptividade, da sustentação e “man”, que significa vida.

Dharma = o que sustenta a vida.

O que sustenta a vida é algo que expressa uma ação. Porém, no sânscrito, é comum uma palavra expressar uma ação essencial para que possamos utilizá-la em diferentes contextos . O que sustenta a vida?

Quando me faço essa pergunta, me vem, que só aquilo que a tudo interrelaciona pode sustentar a vida, dar-lhes as leis impecáveis, que é uma outra interpretação comum da palavra dharma, justica. Porém, acredito que ser a lei é uma consequencia daquilo que a tudo permeia e interrelaciona. E compreendendo dharma dessa forma tenho uma absorçao mais consciente do que impositiva. 

Aquilo que a tudo interrelaciona e permeia é ao mesmo tempo o que sustenta. É onipresente, potente e inspira a atitude de "Amá-lo sobre todas as coisas".

Existem várias imagens para expressar isso, uma das que gosto que faz um corte no planeta Terra é essa. Uma visão mais abrangente poderia englobar todos o sistema solar e galáxias.

Na prática podemos nos conectar com o dharma, de forma simples pedindo as bênçãos desse todo maior sempre que fomos realizar algo novo, o que significa expressar devoçao ao todo maior; Ísvara. Esses dois processos podem ser identificados na canção “Só quem eu devo amar” do CD.

Karma, vem da raiz Kr, que significa literalmente ação. É um termo de uso religioso dentro das doutrinas budista, hinduísta e jainista, adotado posteriormente também pela Teosofia, pelo espiritismo e por um subgrupo significativo do movimento New Age, para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências.

Na prática, assumimos esse princípio quando sentimos gratidão ou agradecemos por algo que recebemos, pagamos um preço, sentimos a justiça. Ou ainda, quando somos prudentes em relação a algum tipo de ação que não sabemos as reais consequencias. A canção “Viver em gratidão” celebra esse princípio.

Segunda Eckart, se sua única oração na vida for obrigado, será o suficiente. Isso para mim é o mesmo que dizer se você compreender e pratica os princípios do dharma e do karma será o suficiente. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo será o suficiente.

Princípio 3)
Diversidade gerada pela interrelação

Está nas capas de revistas e nas matérias de jornais, o Yoga já faz parte da diversidade brasileira. Essa canção foi inspirada, quando descendo o pelourinho na Bahia, atrás da batucada dos Filhos de Gandhi, dancei fazendo gestos e expressões corporais influenciadas pelo Yoga e visualizando elementos do budismo. “Na batucada descendo o Pelô/ eu vou dançando com um Shiva...”.

Na prática, reconhecer a diversidade, nos ajuda a aceitar nossas diferenças de forma mais verdadeira e encontrar pontos de convergência harmônica movidos pelo Sanatha Dharma.

A canção “Exemplo de brasileiro” nasceu dentro dessa experiência.

Princípio 4 e 5)
Empatia e o Bem querer gerado pela atenção com a ação e reação

A compreensão da lei de ação e reação, inspira a empatia, que é a disposição em sentir o outro. Quando sentimos verdadeiramente, desenvolvemos a compaixão, que é a intenção de ajudar o outro, que se materializa na ação do serviço social, que deve estar contido na missão de qualquer organização.

O mantra budista om mani padme hum, que acabou sendo absorvido por alguns Yogis mais flexíveis em relação ao rompimento de Buda com o hinduísmo, é uma forma de inspirar essa empatia e sentimento de compaixão.

A canção “Exemplo de compaixão” inicia com esse mantra.

Já o serviço social, pode ser associado pela cultura do Yoga, com o mantra Loka Samasta Sukino Bhavanthu, entoado em alguns início de práticas dependendo da escola e que exalta o bem querer que leva a uma atitude de serviço social e permeia a canção “Propósito Essencial” do CD.

Princípio 6) Auto conhecimento

Não dá para sentir compaixão e ficar parado de braços cruzados. É importante conhecer em você qual sensação mais inspira a ação.

Conhecer sua individualidade para se integrar a fraternidade. O velho sutra conheça-ti a si mesmo, continua eterno.

O significado de Ganesha, é muitas vezes difundido na cultura do Yoga como o removedor de obstáculos. Porém, gosto de valorizar também o comprometimento que esse mantra trás com a internalização da atenção e dos sentidos ( prathyahara) através do laço, a sustentação disso com o uso simbólico da machadinha e o desenvolvimento do discernimento para em seguida abrir os caminhos.

A canção “Se conheça com reverência” traz algumas experiências nessa direção e tem participação da instrutora de Yoga Juliana Benedito, formada pelo Narayana.

Após a canção temos também um solo de cítara.

Princípio 7) Yamas e Nyamas de Felicidade, a meta do Yoga

Apesar de serem colocados como primeiro passo do Yoga de Patanjali, os princípios éticos dos Yamas e Nyamas, servem inicialmente para reconhecermos como precisamos nos purificar para sustentá-los e assim identificar o “mal” que existe em nós, desde que nascemos.

Essa canção é toda inspirada nos Yamas e Nyamas e associa a Felicidade com o Samadhi e a definitiva reunião (Yoga), nossa real natureza.

Ela se tornou um eficiente instrumento didático para falar e refletir sobre esses princípios.

Viveka, é também considerado em algumas escolas o passo 1 para a caminhada no Yoga. O discernimento entre Sat e Asat. O Refrão desse samba tem haver com isso também.

Princípio 8) A trindade Brahma, Vishnu e Shiva e a busca pela Evolução


 Tem um samba bastante difundido que diz: Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.

Quando reconhecemos que existe o mal dentro de nós, é o princípio da evolução que nos impulsiona para a escolha de purifica-lo.

Esse princípio se manifesta em um ciclo de criação (Brahma), conservação ( Visnu) e recriação, transformação ... Shiva.

Um mantra para esses três representantes desse processo inspirou a letra e o Trance desse princípio que teve assistencia de criação de um praticante que difundiu o Yoga na cultura de massa como ninguém: André Meyer, que venceu o reality show do SBT, exaltando sua gratidão à prática de Ashtanga Vinyasa Yoga.

Princípio 9) Purificação, Vairagya

Quando acaba um dia é comum tomarmos banho. Depois de um processo de muito trabalho é normal termos um descanso. Enfim, a purificação é a prova de quem decidi optar por se desapegar do mal que existe dentro de si.

A prática de Yoga em si é purificadora e a canção desse princípio lembra o dia que depois de reconhecer a natureza do meu egoísmo, decidi purificá-lo.

Ela usa alguns termos da cultura do Yoga como Prassad e o mantra Prabhuaap Jago, de forma sutil.

Princípio 10) Pai, Mãe e o shiva lingan



O Yoga por algum motivo que não sei exatamente, talvez por nessa cultura existir o hábito de se entregar a educação dos filhos para os Gurus, próximo dos 7 anos de idade, não aborda muito a relação com nossos pais.

Porém, outras tradições como o Pathwork, são incisivos em distrinchar o “Honrar pai e mãe”.

Quando mergulhei nessas pilastras iniciais do processo de purificação anunciado pela canção anterior, fui inspirado pela canção “Chafariz dos progenitores”que em síntese se revelou como um shiva lingan transbordante, expressando a harmonização do momento com os atributos masculinos e femininos.




Princípio 11) A receptividade que sustenta o silêncio nutridor: Ad shakti

Na tradição da kundalini conheci a expressão Ad shakti, que significa, primeiro o feminino.

Mergulhando nesse significado, experienciei o princípio da receptividade que sustenta o silêncio, o Om, a meditação e fui inspirado para a canção “Entrega Mãe” que tem a participação de mais duas professores de Yoga no coral: Alihe Ribeiro e Maíra Salomão, além de ter a tradicional tabla indiana de Edgar Bueno.

Princípio 12) A natureza



Fora um mantra que fui conhecer depois de quase 10 anos de prática, o Yoga não trouxe nenhum mito ou princípio direto associado com a sensibilização em relação à natureza.

Mas despertou meus sentidos e uma ética interna, que junto com posturas que possuem nomes inspirados em elementos da natureza foram significativos na minha relação com a causa.

O Gaytri mantra traz um princípio que foi significativo nessse sentido: O que está no macro expressa no micro. Om bhur bhrwa swaha. Assim, como existem rios na Terra existe sangue nas minhas veias. Assim, nasceu essa canção.

Princípio 13) Corpo e a cultura de asanas no Yoga.


 Divido minha relação com o corpo em duas etapas. Antes e depois do Yoga.

Na época inconsciente onde fazia exercícios apenas por vaidade ou extrapolação de limites nas artes marciais, onde fui até o Vale tudo ( MMA), para a época de cuidar do meu corpo como um templo puro para minha alma habitar.

Compus essa canção no meio de uma tempestade de areia, depois de um intensivo de Iyengar Yoga com a Usha na Índia. A instrutora de Hatha e Acro Yoga Sophia Surya, participa no canto, assim como a tradicional tabla indiana do Edgar que da seqüência na canção com um solo.

Partes do mantra utilizado nas aberturas de aulas de Ashtanga é evocado para lembrar desses momentos incríveis.

Princípio 14) Amizade, a Sangha


A canção para esse princípio se chama “Por todas as relações”e foi inspirada, nas três jóias raras exaltadas pelo budismo. O mestre (Buda Yam), os ensinos da verdade (o dharma) e a comunidade ( sangha).



Princípio 15) Vocação = Dharma?

As vezes sinto que o Yoga é apenas para renunciantes da vida em sociedade. Pouco ouvi sobre escolha de profissão no Yoga e acho a classe de professores bem desorganizada nesse sentido ainda.

Essa merecia um Rock mesmo, afinal não é fácil assumir uma ocupação nova como essa e acredito que o único problema sério que um ser humano pode ter na vida é não reconhecer seus talentos e como colocá-los a serviço. Por isso as guitarras vibraram com a a bateria numa cançao denominada: Só nasce quem sabe porque nasceu.

Princípio 16) Disciplina, Sadhana

A palavra sadhana as vezes é associada a tentativa de encarar toda situação como uma prática. Porém, isso pode se tornar uma grande fuga do real sadhana, do real momento se separa no dia, para consagrar os princípios que se quer comprometer e aprofundar.

Sem disciplina, nem adianta começar nada.

Princípio 17) Força de vontade, Tapas

Acho estranho que com tanta necessidade de superação para nos purificarmos e aos outros, a força de vontade fica as vezes escondida no meio de Yoga e até alimenta a morbidez por isso.

Por outro lado, criaram um estilo de Yoga praticado com aquecedores, que inspiram o calor e a força de vontade. A canção para esse princípio, composta a beira mar, fala sobre Tapas e se chama "Guerreiros Beira Mar".

Princípio 18) Amor, Ananda

Entrei em contato com meu primeiro amor verdadeiro, em um momento onde estudava Yoga com inspiração tântrica.

Dizem que a palavra amor em sânscrito tem várias expressões ...quando me inspirei para essa canção romântica me veio a palavra Ananda, que vem de ananta, o ilimitado. Assim que acredito ter me sentido no momento que cantei “Lótus de Ananda”.

Princípio 19) Liberdade de expressão e a saudação ao Sol.

Fui inspirado para essa canção em um retiro de Yoga, em um feriado onde eu me preparava para iniciar meu trabalho em uma agência de publicidade. Essa prática possibilita um contato com nosso inconsciente que acredito ser de forte estímulo para criatividade e a liberdade de expressão.

Além disso, tem como uma de suas principais seqüências na prática corporal, a saudação ao Sol onde se reconhece que toda fonte criativa vem de lá. Essa canção fala um pouco sobre essa abordagem solar de co-criarmos..


Princípio 20 e 21 ) Sol e Lua e a síntese do Bindu

O bindu, é um símbolo que sintetiza bem as polaridades positivas e negativas, também associada com a palavra Hatha que expressa o esforço necessário para unir polaridades e também ao tantra que exalta a expressão próximo desse dois astros.

A capa do CD e as duas últimas canções são saudações para a Lua e para o Sol, associadas com os princípios do discernimento e da fonte de luz.


Discernimento unitivo

Chandra, significa Lua Cheia. E esse é o nome do kalimbista e cantor de vocalizes nessa canção composta em um dia de forte Lua Cheia em que me inspirei com a ponte entre a pura entrega que a Lua faz para o sol e a entregua de todo conflito dual para uma visão e discernimento mais unitivos.


Valorização da Luz

Existe um mantra super tradicional na cultura do Yoga que evoca a fonte luminosa do sol de todos os sóis. O Gayatri mantra.

Todos os santos quase, possuem alguma expressão artística deles sustentando uma espécie de disco solar logo atrás da cabeça. Essa canção evoca esse princípio.

A sustentação da luz pode ser vista como a meta do Yoga, na libertação dos apegos do egocentrismo, samadhi ou iluminação.





Tudo isso interpretado por mais de 40 talentos musicais em Rock, Trance, Samba, Forró, Devocionais entre outros estilos.

Saiba mais sobre o CD e os mais de 40 participantes: http://www.cdessenciais.blogspot.com/






Calendário de Aulas especiais, Workshops e Intensivos

Calendário de Workshops, Intensivos e Aulas especiais 2012 ( datas à confirmar)
Aulas especiais ( 2hs), Workshops ( 8hs), Intensivo ( 16hs)


- Aulão especial

Gravando as metas de 7 áreas da sua vida em 7 áreas de seu corpo



- Aulão especial

Yamas e Nyamas



- Workshop: Propósito do Yoga

Yamas e Nyamas na prática



- Aula especial sobre mantras



- Intensivo de purificação



- Aula especial sobre Alinhamento postural no Yoga



- Workshop: Saudação ao Sol



- Intensivo sobre Posturas Psicofísicas no Yoga



- Aula especial Bandhas



- Workshop sobre o Controle respiratório no Yoga



- Workshop sobre mantras ( nível 2)



- Workshop sobre meditação



- Workshop: Yoga Celebration



- Aulão especial

Avaliando as metas de 7 áreas da sua vida em 7 áreas do corpo



Interessados em outros temas e datas específicas enviar email para: murillotrevisan@gmail.com

Mantra para Patanjali



Patãnjali mantra




Om vande gurunam charanaravinde

sandarshita svatma sukhava bodhe

nih shreyase jañgalikiyamane

samsara halahala mohashantyai







abahu purushakaram

shankhachakrasi dharinam

sahasra shirasam svetam

pranamami patañjalim Om

Traducão: Murillo Trevisan ( Rudah)

Me abro para meu crescimento saudando os pés do mestre que tem um lótus que sustenta sua perfeição

Mestre que ensina o justo saber e mostra

o caminho para o despertar da alma;

aquele que está além das comparações

e que, como o médico da selva,

extrai da consciência o veneno da ignorância.



Inclino-me frente ao sábio Patañjali,

que tem forma humana na parte superior do corpo,

que segura uma espada que simboliza a sabedoria, uma concha que simboliza a receptividade para nossas perguntas e um disco simbolizando a constante evolução,

e que está coroado por uma serpente de mil cabeças, simbolizando a devoção a ascensão de nossa energia.


(Mantra tradicionalmente entoado no iní­cio da prática de Ashtanga Vinyasa Yoga.

Atribuí­do a Adi Shankaracharya, Yoga Taravalli, século VIII dC.)

Os oito elementos do principal sistema do Yoga para a prática no tapetinho



                                   Imagem não orginal, associada ao sábio Patanjali
                 Primeiro codificador do Yoga e sábio mais difundindo entras as escolas no Brasil


Existe certa diversidade de sistemas associados a palavra Yoga no Brasil e se você é praticante é preciso muita atenção se o que estão te instruindo é algo que tem um objetivo que segue os passos com eficiência para alcançá-lo.


É comum praticantes me perguntarem porque existe tanta diversidade no Yoga. Respondo sempre que o Yoga respeita a individualidade de cada um e deveria existir tantos Yogas quantas pessoas no mundo.


Porém, é preciso tomar cuidado para essa individualidade não ser interpretada com instruções desprovidas de propósito científico vindas da individualidade de um professor que não experienciou o que está partilhando e acabou inventando algum método nocivo para o praticante.


Os sábios, são aqueles que experienciaram o que partilham e o sistema de Patanjali, primeiro codificador da prática é um dos mais difundidos e citados dentro da cultura do Yoga no Brasil,  com 8 elementos da prática, que divido em 3 grupos para facilitar a absorção:


Grupo 1: Conscientização do propósito da prática


1-Yamas ( atributos comportamentais associados com os relacionamento externos e internos) e 2-Nyamas ( atributos comportamentais associados com o relacionamento interno)


Grupo 2: Purificação para internalização sensorial


3-Asanas ( Posturas psicofísicas), 4-Pranayama ( coordenação respiratória) e 5-Prathyhara ( internalização sensorial).


Grupo 3: Concentração para o desapego do que afasta do estado de Yoga


 6-Dharana ( Contração), 7-Dhyana ( Meditação/Contemplação) e 8-Samadhi ( Liberação)


É importante destacar que esses 8 elementos da prática, se dividem em auto conhecimento, técnicas e estados de consciência.

Os Yamas e Nyamas são atributos para o auto conhecimento que orientam a atitude de mudança, transformação e purificação que a prática inspira.


É importante destacar que você não pratica prathyahara, mas sim técnicas corporais e respiratórios que te conduzem a esse estágio. Porém, seu comprometimento com a internalização sensoril pode ser uma atitude decisiva para esse degrau da prática.


É importante destacar que você não pratica meditação ou samadhi, mas sim técnicas de concentração que conduzem ao estado de contemplação meditativa e com a ajuda do auto conhecimento as liberações de estados de consciência distantes do Yoga.



Aprofundando mais um pouco:


Grupo 1: Propósito da prática: 1-Yamas e 2-Nyamas


Dez atributos comportamentais que contribuem para internalização do propósito da prática de conduzir o praticante de um estado de não-Yoga para um estado mais próximo do Yoga.


Através da diferenciação entre o estado de consciência que sustente esses 10 atributos que é o estágio final (Samadhi) e do estado atual que o praticante se encontra, avaliando suas últimas atitudes ou o que está presente no momento é que se deve iniciar a prática.


Se você já se sente capaz de sustentar esses 10 atributos, o que é muito raro, talvez a prática sirva para você expandir e sustentar esses atributos, mas talvez você quase não precise de práticas corporais e respiratórias para purificar-se e sustentar esses atributos.


Na prática no tapetinho ( 0-10 min): equivale na minha condução à etapa de preparação para a prática.


Para melhor capacidade de diferenciação sugiro a reflexão sobre o oposto dos mesmos.


1) Yamas:


i) Espontaneidade ( Ahimsa)/Oposto: Avidez, forçar, gula.
ii) Integridade entre o que pensa, sente e faz ( Satya) /Oposto: Mentira, dificuldade de unir o que se pensa, sente e faz
iii) Auto responsabilidade ( Asteya) /Oposto: Inveja
iv) Prazer postivamente orientado( Bramacharyan)/Oposto: Luxúria, Sedução egoísta
v) Desapego ( Aparygharya)/Oposto: Avareza, Apego


2) Nyamas:


vi) Valorização da pureza ( Saucha)/Oposto: Vaidade
vii) Força de vontade ( Tapas)/Oposto: Preguiça
viii) Comprometimento com a auto observação ( Isvadhyaya)/Oposto: Medo de se encarar
ix) Aceitação ( Santosha)/Oposto: Ira
x) Direcionamento para o todo maior (Ísvara) /Oposto: Orgulho


Grupo 2: Purificação para internalização sensorial: 3-Asanas ( Posturas psicofísicas), 4-Pranayama ( coordenação respiratória) e 5-Prathyara ( internalização sensorial).


3) Asanas: Utilizamos o corpo no Yoga para :


i) Despertar as sensações que captam nossa atenção para dentro;
ii) Purificar nossa bioquímica e fortalecê-lo para um novo estado de consciência;
iii) Dar prova para si mesmo de transformação;


Na prática: Sempre que estiver o utilizando o corpo, seja para exercícios de purificação imtensiva, posturas, gestos reflexolögicos ( mudras), bandas ou dristis.


4) Pranayama: Utilizamos a coordenação da respiração para:


i) ganhar espaços mais prolongados entre os pensamentos, contribuindo para a sustentação da internalização sensorial;


ii) Direcionar a energia e o foco;


Na prática tanto na sincronizaçÃo de respiração com movimento como em momentos mais estáticos podemos utiliza o controle respiratório de diversas formas.


5) Prathyahara: Intenalização sensorial, gerada pelos estímulos do uso da corpo e coordenação respiratória. Não praticamos prathyahara mas tudo o que vem antes conduz a esse estado.


Grupo 3: Concentração para o desapego do que afasta da meta do Yoga: 6-Dharana ( Contração), 7-Dhyana ( Contemplação) e 8-Samadhi ( Liberação dos apegos)


6) Dharana: foco de concentração em algo. PNa prática pode ser um foco no corpo, na respiração, nas sensações, em um objeto, mantra, Mestre, etc.


7) Dhyana: Estado natural consequente da concentração onde pode-se aplicar o auto conhecimento para as liberações do estágio seguinte


8) Samadhi: liberação total dos apegos, que vai acontecendo gradualmente a cada identificação e desidentificação de apegos até um estágio de comprometimento e renúncia final.


Sintetizando, o Yoga de Patanjali, tem como objetivo um estado de consciência liberado dos apegos egocêntricos, utilizando o auto conhecimento e técnicas corporais, respiratórias e de concentração, como meios para isso.

Vídeo das férias


Não vi muitos vídeos sobre Yoga nas férias, mas partilho:

1) O DVD sobre o Rio Ganges com imagens lindas;


2) Esse só:  pela beleza da trilha, expressão de auto suficiência que a prática gera e a imagem por cima dos prédios de um grande centro urbano. E também para dizer que não precisava ser de lingerie

http://www.notcot.org/post/45619/

3) DVD da Fernanda Lima praticando Ashtanga Vyniasa Yoga:  apesar de não ter boas indicações do professor ou mesmo conhecê-lo, é inspirador!
http://www.youtube.com/watch?v=NktCgCqKkK4

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Destaque nas partilhas

Nesse período de férias gosto de fazer algumas auto avaliações e leituras com mais profundidade e destaco 3 temas para partilha:

1) Prática matinal x noturna: O Yoga é individual assim como deve variar de pessoa para pessoa pode variar em relação ao período em que se pratica. Estou refletindo em algumas peculiaridades entre as práticas como

a) Corpo
- Manhã: Normalmente é mais desafiante realizar as posturas
- Noite: Normalmente mais fácil de realizar as posturas

b) Mente
- Manhã: Mas fácil de se aquietar e cultivar  sensorialidade. Prepara a forma com a pessoa irá agir no dia.
- Note: Mente mais inquieta. Prepara para um sono produtivo e auto avaliação do dia.


2) Treinamento para bandhas

Para o treinamento da sustentação dos bandhas a nova instrução para iniciantes é realizar as contrações apenas após a exalação. Após a inspiração é um pouco mais desafiante assim como estágio dois da instrução que costumo realizar.


3) Ponderação no uso do corpo

Tive contato com praticantes e instrutores com sérias contusões geradas pelo Yoga nessas férias.

E entre tantas instruções de prevenção, sugiro que assim com eu tenho uma diferença sifgnificativa entre um lado e outro do corpo, o praticante realize compensações. Por exemplo, alterando a perna que coloca a frente quando senta para meditar.

Citação mais marcante dessas férias

A ignorância gera condições de carma ;
O carma gera a criação da consciencia periférica;
A consciência periférica produz os sentidos;
Os sentidos condicionam o contao;
O contato gera o sentimento;
O sentimento produz o desejo;
O desejo condiciona a intenção;
A intençao gera o apego;
O apego gera a ação de vir-a-ser;
A de vir-a-ser gera o nascimento;
O nascimento a doença;
A doença produz velhice;
A velhice gera a morte;
A morte produz pesar;
O pesar a lamentação;
A lamentação gera a dor;
A dor gera a angústia;
A angústia produz desespero;
O desespero aciona o mecanismo para uma nova ação dependente e essa ação vai criar a ignorancia novamente, que gerará novas condições de carm e assim por diante
( gama e yamada 60 - Livro o Yoga e o Budismo)
PS: Achei o livre de 1 a 5: 2. Mas valeu a citação.

Yoga nas empresas

Os custos com faltas e baixa produtividade dos colaboradores, fez a maioria das empresas criar programas de incentivo a qualidade de vida.


Com minha experiência como praticante de Yoga em meio aos desafios da vida empresarial como consultor destaco, entre outros, 3 principais benefícios dessa prática nesse meio organizacional: 1) Qualidade do raciocínio, 2) Qualidade na comunicação, 3) Aumento da capacidade de suportar stress. Saiba mais:



1) Qualidade do raciocínio


Em constante pressão, a cultura empresarial exige qualidade técnica e ágil do raciocínio de seus colaboradores.

O estado de meditação estimulado pelo Yoga possibilita conexão com uma visão generalista sobre si mesmo, que estimula naturalmente o cérebro a buscar uma visão generalista do meio em que vive o praticante.


Isso leva a uma forte abertura de curiosidade e agilidade no impulso pela busca de conhecimentos, que acaba desenvolvendo eficácia técnica e agilidade no raciocínio dos colaboradores.

Em 1996 quando conheci o Yoga na UFSCar, minha professora queria fazer uma pesquisa sobre a relação da criatividade e a prática, percebendo muitos depoimentos de alunos sobre agilidade de raciocínio.


2) Qualidade na Comunicação


A comunicação interna é fator estratégico para cargos de liderança.

Sempre fui bastante pilhado e basta alguns dias sem prática que você verá a velocidade da minha fala aumentar e as vezes até atropelar as palavras. Quando saí da primeira aula de Yoga esse foi o primeiro efeito claro da prática. Mais clareza e potencia de forma geral na voz.


A forte consciência corporal que o Yoga estimula possibilitou na minha experiência pessoal, alinhamento postural e maior integração e criatividade na gestualização.


Além disso, as posturas, respiração, exercícios de purificação e algumas instruções alimentares tornam a energia pessoal mais presente, fortalecendo a vibração natural da voz e tornando-a mais integrada com os sentimentos e pensamentos o que torna a comunicação mais clara e benévola.


O controle respiratório que a prática exercita também possibilita o controle da ansiedade que facilita o controle do ritmo na fala. Fora isso, o relaxamento dos músculos faciais melhorar a dicção, combinada com o alinhamento postural.


3) Aumento da capacidade de suportar stress

O Stress é inevitável na selva empresarial e a capacidade de suportá-lo pode ser um grande diferencial.Realizada com disciplina a prática fortalece a bioquímica do corpo além de contribuir para o equilíbrio emocional do praticante através de exercícios de controle respiratório. O que junto com a prática filosófica permite o colaborador aumentar sua capacidade de suportar o stress.


Muito do stress está relacionado com a dependência em relação a pessoas e variáveis externas. A prática estimula a auto suficiência energética que potencializa a capacidade de minimizar os efeitos de impactos externos negativos.


Outro fator de stress é a dificuldade de mudar de projetos durante a rotina do dia. O Yoga potencializa a concentração e facilita essa versatilidade exigida no dia a dia empresarial.


Hoje voltei de férias na Bio Ritmo e comecei um programa de 3 meses de aulas na Volkswagen ( Bio Corporate) e convido todos para aula as aulas da manha as 6:45 onde estaremos separando um momento na aula para prepara seu foco para o dia.

Yoga é para workaholics, em uma aula, além do corpo você potencializa sua mente.


Uma horinha que vai vitalizar todas as outras.


Bem vindos!